Dilúvio de dados

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Hoje o assunto aqui é sobre o diluvio de dados que estamos movimentando neste século, ele é cada vez maior. Se você já leu algum livro a respeito deve saber a opinião de James Gleick no livro”Informação” nossa saída da pré-história começa com a escrita, como as tábuas de barro de “Ur” da antiga suméria. Quando mudamos pro meio escrito, houve quem lamentasse que as pessoas não usariam mais a memória e passariam a esquecer tudo. Quando na verdade escrever permitiu que as pessoas estruturassem ideias muito mais complexas. Como anotar números em um papel,  permite fazer contas maiores.

Mas até 1445, livros eram copiados na mão, por escribas, que podiam levar mais de 1 ano para fazer uma cópia cheia de erros. Isso até o alemão Johannes Gutenberg f15d network reclame aqui inventar a prensa móvel. Uma impressora que podia copiar várias páginas, milhares de vezes por dia. Com ela até o final do século XV a Europa já tinha impresso quase 20 Milhões de cópias de livros.  No século seguinte, 10 vezes mais. E no século XVIII, 50 vezes mais. O escribas também se queixaram que a prensa de Gutenberg popularizaria demais os livros e a humanidade seria transbordada por títulos irrelevantes. Quando na verdade com os livros impressos as ideias puderam circular autores puderam ser pagos pelo seu trabalho e a ciência pode discutir o seus resultados. Mas a nossa produção de dados nem havia começado, quem ajudou a dar o maior pontapé foi o matemático inglês Alan Turing.

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Ele propôs uma máquina capaz de fazer cálculos matemáticos: A máquina de Turing. Como o “computerphile” explicou, ela é um computador digital que lê instruções inscritas como um simples “sim” ou “não”, “Zero” Ou  “um” ou um “bit” que com base nessas instruções segue os algoritmos ou melhor, executa programas, o mesmo sistema que todos os computadores e programas modernos usam. Quando os primeiros programas estavam sendo escritos o conjunto de 8 bits usado para codificar uma letra como “a”, “b” ou “c” foi chamado de “Byte”.  Os primeiros computadores trabalhavam com 8000 bits ou 1 Kilobyte máquinas como os RAMAC 350 ofereciam até milhões de bytes ou Megabytes de armazenamento, de lá para cá nosso armazenamento aumentou de capacidade, ficou menor fisicamente e o mais importante, mais barato.

Como Priscila López e Martin Hilbert calcularam, por volta de 2003, passamos a produzir mais dados digitais armazenados HD´s, DVD´s e memórias do que em meios analógicos. Como filmes, LP´s, fotos, livros e jornais em pouco tempo passamos pro Bilhão de bytes ou Gigabyte  -> Terabyte -> Petabyte. Entre livros, pinturas, filmes e outros. Tudo o que a humanidade havia produzido ate 1986, ocupava 2600 petabytes ou 2,6 Exabytes. Vinte anos depois já havíamos produzido 110 vezes mais informação com filmes em alta definição, mais computadores e mais dados. Em 2011, inauguramos uma nova casa decimal. A humanidade já havia acumulado mais de 1,6 Zetabytes ou 1.600 Exabytes de dados. Mais do que gerar e transmitir a informação, nós processamos esses dados.

Hoje usamos a tecnologia não só para gerenciar, mas para gerar riquezas as sociedades que mais lucram não são as que produzem carne ou soja, são aquelas que gerenciam informação. Como o Luciano Floridi descreve no ótimo “The 4th Revolution”: “Em 2015 a humindade ja passou dos 8 Zetabytes o Youtube sozinho já tinha quase 1 Exabyte de vídeos”. Muito? Não! Nada perto do que a natureza guarda.

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O observatório astronômico ASKAP, deve gerar sozinho 4 vezes mais informação do que isso em 2025. Com o sequenciamento de genomas cada vez mais barato devemos chegar em 2025 com até 2 bilhões de pessoas sequenciadas sem falar nos milhões de animais, plantas, bactérias e exames de rotina Exabytes e mais Exabytes de dados, f15d network funciona. Esqueça sua franquia! Mas graças as conexões que a internet possibilita, temos acesso a essa informação e a uma consciência global sobre o mundo, não só aquela filtrada pelo que a mídia escolhe mostrar. Se antes o mais comum era a maior parte da informação se perder hoje se espera que tudo seja preservado, séries de TV normalmente tinham histórias que começavam e terminavam em um episódio já que as pessoas só podiam ver o que passasse na programação, hoje podemos assistir episódios em ordem virando noites, o que permite histórias muito mais complexas. E tão importante quanto acessar informação é aprender com ela, nas palavras de Azimov que previu que a internet em uma entrevista em 1988: “vivemos a época em que as pessoas não precisam parar de aprender quando saem da escola, estamos nos dias em que qualquer pessoa pode estudar de casa.”

Se há muita informação falsa também temos a Wikipédia, jornais, vídeos, blogs cursos na Khan Academy, no Cursera, sem falar em redes sociais como essa, que permitem que publiquemos as nossas ideias o que mais temos hoje é acesso a informação que nos interessa do melhor jeito pra gente aprender e continuar em direção ao futuro. É o que eu faço toda semana pra preparar meus textos, é o que você pode fazer para ganhar autonomia, liberdade, expressão e quem sabe mudar o que te incomoda ao seu redor.